Me olhei no espelho.
Decepção.
Aquele rosto não é meu.
Aquele não sou eu.
Eu não sou assim tão velho.
Eu me considero uma criança.
Quase um menino.
Ainda sou capaz de sonho, esperança e desatino.
E velho só tem achaque e saudade.
Eu, que nunca me preocupei com minha idade, vê-la refletida num pedaço de cristal... Que pecado capital.
Vou levar a vida que me resta.
Os meus últimos dias.
Em uma eterna festa.
Sem tristezas ou agonias.
E a quem me for coevo, me atrevo a um conselho:
Nunca se olhe num espelho.
Murilo Teixeira
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